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sexta-feira, 1 de julho de 2011

O herói e o sábio

            Por mais diminuta que sejam as leituras no meu blog, me sinto na responsabilidade de partilhar o que se passa dentro de mim.
Me sinto em um castelo, em plena batalha,
Dentro do castelo está minha individualidade com a bandeira da evolução,
De fora... o egoísmo e o medo se aliaram,
a bandeira que eles sustentam é a desesperança.
É estranho quando vamos pensar nos heróis de antigamente,
            Observamos que eles sozinhos não seriam páreos para o perigo.
            Antagonismos permeiam a mente, e a conclusão a que chego é que meu espírito precisa de repouso, não necessariamente o sedentarismo, mais, apreender como se trabalha disciplinadamente convivendo com erros, propriedade inata do ser humano contemporâneo. A vontade de inovar, de fazer a diferença confronta a realidade da calma, que me diz que uma pessoa é um universo a ser compreendido e não salvo. Eis que de súbito, o exército inimigo mostra sua arma secreta, a ansiedade, o desejo ardente do ataque engatilha a catapulta desavisada e dispara, é tarde demais quando descobrimos que a catapulta estava sem munição e por isso a catapulta se espatifou no chão quebrando partes importantes do castelo.
            Uma nuvem negra sobrevoa as imediações do campo de batalha, o desanimo parte em ataque ao castelo, e o herói ordena que se prepare as flechas incendiarias, o vento frio muda o norte das flechas, e elas caem dentro do castelo ameaçando a sobrevivência de todos, o foco é desviado do inimigo e mantido no castelo, a fim de apagarmos o fogo, de nada adianta. Seria o fim?
O herói entra em desespero e ordena que todo o exercito parta em ataque enquanto o fogo toma o seu castelo, mais, o que importa é a vitória. Seu exército é massacrado pelo medo que traz a tona as maiores sombras de seu exército, seu exército é derrotado.
            O herói já não sabia mais o que fazer, a força bruta da luta, a grande esperança, não está resolvendo a situação, todo um plano vai por água abaixo. Enquanto isso as pessoas continuavam se queimando pelas flechas e o fogo entrava por dentro do castelo com o estrago feito pela catapulta. Seria o fim?
            Mal sabiam todos que o estrago feito pela catapulta atingiu o nível que ficavam os prisioneiros e acabou fazendo uma rachadura na cárcere do grande sábio que havia sido preso por tentar fazer a diferença no senado falando em amor, foi ridicularizado e posto atrás das grades. Quando saiu, ele se deparou com a paisagem e observou que havia um só exercito, o do orgulho, pois que quando ele foi falar de amor no senado, provocou a titubeação dos líderes e todos trocaram os livros do sentimento e da emoção e afundaram suas mãos na espada, eles tiveram medo de perder o que tinham conquistado se harmonizando com o exercito inimigo. Nesse momento trocaram a harmonia que poderiam criar com os povos e se juntaram a eles na luta, desse modo, a proteção e o amor corrompidos pelo orgulho fez com que os mesmos se tornassem inimigos deles mesmos.
            O grande sábio, andando pelo castelo em brasa se deparou com o herói despossuído de sua verdade e diante da batalha permaneceu na dúvida e não conseguia tomar uma decisão simples. Perdido, ele entregou a espada ao grande sábio e falou:
            - Tome a minha espada, ela agora te pertence. O sábio por alguns minutos segurou a espada, respirou fundo, abriu um sorriso em seu rosto e entregou a espada de volta ao herói, o heróis se assustou, repudiou a espada e o sábio insistia que ele a segurasse e guardasse com ele, o herói sem saber qual o motivo dessa ação seguiu a orientação e guardou a espada. O sábio observou mais uma vez e falou:
            - A sua espada está na sua mão direita, olha o que seguras na mão esquerda. Nesse momento o herói viu que segurava a bandeira de seu castelo. O sábio falou:
            Nós perdemos muitas chances em nossa vida, muitas mesmo, porém, o mais curioso é quando notamos a real e verdadeira função do nosso livre arbítrio, e mais ainda, notamos o poder que tem as nossas escolhas. Nesse momento, o herói estava vendo sua bandeira e visualizou o quadro deplorável que se encontrava seu castelo, nesse momento ele deu a ordenou, soldados, retornar ao Castelo, salvemos nosso povo das chamas. Você deve estar se perguntando, e o inimigo?
            No momento em que o herói ordenou a volta ao castelo, o inimigo foi embora, eles não tinham armas contra a ordem dada pelo herói, o amor e a caridade da qual seu exercito foi portador ao ajudar e salvar o povo que defendiam foi força demais para o exército inimigo, enquanto isso, a nuvem negra se transformava em uma branda chuva dando fim às chamas.
            E o sábio?
            Tomou a atitude do guerreiro e rumando sem um destino aparente foi se guiando através dos tempos.

Um comentário:

  1. Gostei da estória... as batalhas enfrentadas geralmente são estimulantes para conseguirmos a vitória!!! Abração...

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